Juiz do Trabalho é flagrado em festa clandestina na madrugada em Dourados

Magistrado e outros 18 foram autuados por descumprir medidas sanitárias

Campo Grande News


A Polícia Militar acabou com festa clandestina que ocorria na madrugada deste sábado (27) em bairro nobre de Dourados. Pelo menos 19 pessoas estavam na casa, entre elas um juiz de direito, de 37 anos, substituto da 1ª Vara do Trabalho da comarca.

Além do juiz, estavam na festa um advogado, um engenheiro agrônomo, uma nutricionista, uma médica veterinária, um comerciante e 12 estudantes. Todos foram autuados por descumprimento de medidas sanitárias, estipuladas em decretos do Estado e do município para evitar aglomeração durante a pandemia da covid-19.

Em nota enviada pela assessoria de imprensa, o juiz lamentou o ocorrido. Já o TRT (Tribunal Regional do Trabalho) da 24ª Região diz não compactuar com o desrespeito às medidas sanitárias (leia abaixo).

Escondidos no quarto 

Denunciada pelos vizinhos, a festa acontecia em um sobrado localizado na Rua João Vicente Ferreira, na Vila Lili, região norte da segunda maior cidade de Mato Grosso do Sul.

Quando chegaram ao endereço, os policiais militares perceberam de imediato que ocorria uma festa no local. A pedido dos PMs, o responsável pela residência abriu o portão. Nesse momento, os policiais perceberam que algumas pessoas se esconderam no quarto localizado na parte superior da casa.

O homem se apresentou aos policiais como juiz de direito afirmando que, por prerrogativa de ser magistrado, só poderia ser conduzido na presença de um desembargador.

Depois de muita conversa, os PMs decidiram liberar o juiz, mas todas as outras pessoas que estavam na festa (7 homens e 11 mulheres) foram levadas para a delegacia. Foi preciso chamar reforço de duas viaturas para identificar e levar todos os presentes para a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário).

Os homens foram transportados no compartimento de presos e as mulheres nos bancos traseiros das viaturas. Não foi preciso o uso de algemas.

Quando as viaturas chegaram à delegacia conduzindo os outros convidados da festa clandestina, o juiz também chegou ao local para acompanhar a situação dos amigos. Como já estava na Depac, o juiz foi arrolado no boletim de ocorrência também como autor da infração. A ocorrência da PM ainda cita que o magistrado teve suas prerrogativas respeitadas.

Outro lado

Em nota enviada ao “Campo Grande News” pela assessoria de imprensa do TRT, o juiz lamentou o ocorrido e disse que sua conduta foi respeitosa com os policiais.

“Acerca dos fatos registrados neste sábado (27), informo que minha conduta sempre foi respeitosa com as autoridades de segurança e sanitárias. Lamento o ocorrido e solidarizo-me ao trabalho desenvolvido por toda a equipe que está à frente no combate à pandemia”, afirma o juiz.

Já o TRT informou não compactuar com condutas que desrespeitem as medidas sanitárias imprescindíveis para conter o avanço da pandemia de covid-19.

Através da assessoria, o Tribunal informou que segue os protocolos de segurança preconizados pelas autoridades de saúde, incluindo a suspensão de atividades presenciais durante o período de 22 de março a 6 de abril de 2021, em todas as unidades da Justiça do Trabalho em Mato Grosso do Sul, mantendo prestação jurisdicional por meios eletrônicos.

“Informa, ainda, que eventual conduta inadequada de seus membros está sujeita à apuração, observados o contraditório e o devido processo legal para a verificação dos fatos”, diz a nota do TRT.

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